- Área: 90 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Thiago Barros, Anneliese Fuchshuber
Descrição enviada pela equipe de projeto. O apartamento fica em 1 dos 23 edifícios art déco que fazem parte do primeiro empreendimento imobiliário de grande porte da região, realizado pela Companhia Sul América em 1930 e preservado em 1987 pela criação da APA (Área de Proteção Ambiental) do Cosme Velho.
As 158 unidades, de 1 a 4 quartos, se destinavam a abrigar desde os diretores até os serventes da empresa. A ocupação e implantação em três setores diferentes do lote, refletia a hierarquia dos seus habitantes, assim como a distribuição interna dos blocos. Os quatro blocos mais próximos à Rua das Laranjeiras possuem 6 pavimentos e apartamentos de 4 quartos, com aproximadamente 180 m² e destinavam-se aos funcionários mais graduados. Os edifícios no entorno da Praça Múcio Leão são médio padrão e possuem 4 pavimentos e apartamentos de 3 quartos, com aproximadamente 100m². E na parte final da Rua Pires de Almeida, localizam-se os edifícios mais simples, com 3 pavimentos e apartamentos de 2 e 1 quartos. Em todos os edifícios, as dependências de empregados são localizadas no último pavimento e com acessos independentes pela entrada de serviço.
Localizado em um dos edifícios do entorno da Praça e idealizado para atender a um casal com um filho, o apartamento original foi redividido afim de possibilitar um melhor aproveitamento do espaço e da luz natural. A sala original foi transformada em quarto e as paredes que dividiam 2 quartos foram demolidas para dar lugar a uma sala mais ampla e integrada à varanda, proveniente do acréscimo de área do vizinho inferior.
O único banheiro existente e a cozinha original deram lugar a 2 banheiros e a antiga – e espaçosa - área de serviço se transformou na cozinha. Esta possui janelas horizontais que, além de permitirem a entrada de luz natural, proporcionam uma bela vista da Mata Atlântica e criam uma integração com a varanda, reforçada pela inserção de um balcão em pedra.
Durante os serviços de demolição foram encontradas vigas metálicas originais, provenientes da cidade de Loncwy, na França. Isso fez com que a ambiência da sala fosse repensada. No lugar da colocação de forro de gesso e iluminação embutida, optou-se por deixar o pé direito livre, com as vigas aparentes e a iluminação foi feita através de trilhos e "spots" de luz. As vigas originais associadas ás paredes de tijolo aparente - descobertas a partir da remoção do antigo emboço - e ás esquadrias em madeira, também originais, expõem e valorizam a história dos métodos construtivos adotados na edificação do conjunto.